sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

SEM COROA NEM CETRO, APENAS O TRONO


A quatrocentona São Mateus quer ser barroca, parece rococó, mas, é moderna. Carrega esse estigma de senhôra mal resolvida e, por isso, tantas vezes narizes são torcidos para seu lado. É a sina de quem carrega um rio que não sabe se sobe ou se desce e histórias de muitas batalhas (algumas bem atuais, mas, que são camufladas!!). Assim caminha a "princesa-plebeia"!!
Dividida em duas "camadas", a de baixo e a de cima, sendo a primeira a pedra fundamental e a segunda a "pedra no sapato". A parte de baixo é contemplada com um dos maiores sítios históricos do país, o Porto de São Mateus, com casarões centenários, causos e acasos. Lá no alto, corre um trânsito enlouquecido, um emaranhado de construções e alguns toques de modernidade, como quando vejo os garotos descendo de skate a rua do Mercado Municipal, ou os dançarinos de hip-hop na Praça Mesquita Neto.
Faz calor por aqui! Todo mundo querendo praia e a Ilha de Guriri é o ponto de concentração. Mas, o que é que essa ilha tem? Bem, nove-fora o repertório massacrante de shows apoteóticos (e apocalípticos!!), existe uma vida cultural útil que pipoca aqui e ali, em cantinhos aonde o bom gosto ainda tem lugar garantido. É só ficar atento às programações, que não são divulgadas em outdoors e, muito menos, em carros de som (dois agentes de poluição!!).
É estranho, instigante, interessante e angustiante como tudo acontece. Hora é uma festa, hora é uma   indignação. Tanto para ser preservado, outra tanto para ser descartado e outro se quer deveria passar por aqui. Essa "Boa Fada Encantada", como escreveu o poeta Edgar P. Gonçalves, lá em 1930, às vezes bem que poderia deixar de ser provinciana e ostentar sem receio o brasão que lhe pertence. Não carece de coroa, nem de cetro, deixa essas cafonices para a rainha Elisabeth. Mas, sem abdicar do trono a que lhe compete! Um toque de realeza nunca fez mal nenhum, sobretudo para quem carrega um estandarte tão poderoso. Viva São Benedito!!
Sendo barroca, rococó ou moderna, São Mateus merece respeito e um "menu para mais de quatrocentos talheres". 
Que soem as trombetas do reino!!


PS.: A foto aí em cima é do meu querido e GRANDE ARTISTA Datan Coelho, comemorando os seus 65 anos. Peço licença à minha querida Flaviane (autora do retrato) para usá-la, pois, existe uma frase desse MESTRE que sempre carrego e sublinha o meu pensamento sobre alguns eventos que acontecem desse lado de cá do Rio Cricaré:
"Não é que eu não gosto, apenas não aprecio"
Tenho dito!!

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