Foto: arquivo pessoal |
Dona Flor todo sábado era de costume ir ao Mercado Municipal, fizesse sol ou chuva. Era sagrado!! Levava pouco dinheiro, dentro de um porta moedas minúsculo. Ela comprava uma dúzia de bananas, litro de farinha, pé-de-alface, saquinho de beiju, um naco de requeijão e quatro bifes de filé ou fígado. Geralmente, sobrava um troquinho!
Moradora do Sernamby e vizinha próxima do Mercado, a senhora sempre saia cedo, às sete da manhã. Voltava a tempo de arrumar as compras, fazer o café, esquentar o leite e ainda promover uma justa divisão do naco de requeijão, em filetes para o café da manhã do filho, que morava com ela, e como agrado para os netos. Tanto um como os outros adoravam cortar o filete em cubinhos e jogar na caneca de café bem quente, para depois pescar com a colher.
Delícia!!
Considerado como "ponto turístico" da cidade, o Mercado Municipal Wilson Gomes, erguido em pleno anos de 1960, já viu muitos personagens reais como Dona Flor. Mesmo depois da sua "modernização", entre os anos de 2004/2005, o espaço continua privilegiando as raízes do povo da cidade. Misturados cores, sabores, texturas e sonoridade.
Bucho, buchada, arnica, pimenta, banana, carne de porco, Bar do Pintinho, barbeiro-que-corta-o-cabelo-do-filho, doce caseiro, comida caseira, lotérica, chaveiro, bolsas, velas, anil, sanfoneiro, peixe, maxixe, jiló, colorau, mel-puro-de-abelha, rapadura, saco alvejado, pastel frito...
Tem uma amiga da Dona Flor lá, até hoje, vendendo os nacos de requeijão!!
É uma delícia!!
Para a grande amiga Karina.
Amei.
ResponderExcluirAdoro o ambiente do mercado, o vai e vem das pessoas, os cheiros, enfim, as marcas do passado enraizadas no presente...
ResponderExcluirAdorei Marcelo!O mercado precisa ser ainda mais valorizado.Concordo com Soliane, amo também o ir e o vir das pessoas.
ResponderExcluirLindo demais. Emocionte lembrar dela...
ResponderExcluirespero conseguir ir te visitar este ano
pra ver de novo o mercado.
Escreva mais, vc tem o dom! Beijos.